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26 abril 2010

O Jazz: a improvisação, as cores e suas surpresas

I - Sétimo dia: música instrumental matutina


Manhã de domingo, sol intenso, ruas relativamente vazias. Entre as falhas no asfalto e a ausência de sinalização de orientação, o caminho era livre para o jazz matinal com o guitarrista e compositor Michel Leme;ou como o próprio denominou "Sagrada Música", uma alusão ao nome "Sagrada Beleza", do espaço de beleza de propriedade de sua esposa, Miriam Leme.

A região do Campo Belo é super arborizada e com uma grande população canina domesticada.É possível constatar a existência de um cão em cada moradia. Portanto, na rua da feira de domingo, é possível perceber a quantidade de homens e mulheres pelas belas ruas arborizadas com seus cãozinhos das mais variadas raças.

Casais, senhorinhas, jovens, crianças, se acomodam nas cadeiras colocadas junto ao meio fio para assistir a ótima música apresentada por Michel e seus músicos convidados. Nesse domingo, foi apresentado apenas standards de jazz, solos, improvisações da pianista Louise Woolley e a condução segura e como diz Bruno Migotto, "o jazz matrero", de Richard Metairon em seu contrabaixo acústico.

Sem restrições

Entrada franca, "é só sentar e curtir a música", assim diz Michel Leme. Livre, sem pagamento de ingressos, um som para todos - crianças, cachorros, homens e mulheres.

Durante as apresentações musicais, duas japonesas acompanhadas de seu cachorro da raça Golden Retriver, estão sempre presentes e ficam alguns instantes com seu amigão de pelagem marrom para apreciar um jazz ao ar livre.

O vai-e-vem de outras moças e seus amigos caninos desfiilam na rua da feira do Campo Belo. Mas, os rapazes também andam acompanhados de seus companheiros e param alguns instantes para ouvir a música e depois seguem o seu caminho.

Artistas

Desde a primeira apresentação, foram tantos músicos: os bateristasWagner Vasconcelos, Abner Paul; os contrabaixistas: Bruno Migotto, Richard Metairon; guitarrista: Djalma Lima, pianista: Louise Woolley e a cantora Elizabeth Woolley, com suas interpretações belissimas de "In a Sentimental Mood", "Brigas Nunca Mais", "Just Friends" e tantos outros standards do jazz e da música brasileira.


II - Uma música de igreja sem métricas quadradas


Noite no ABC, ruas vazias, todos concentrados no primeiro jogo da final do campeonato paulista entre Santos x Esporte Clube Santo André.
Ao seguir em direção a Igreja Batista Betel, na Rua Xingú, para assistir uma apresentação do Multi-instrumentista, cantor e compositor Elly Aguiar, a grande surpresa da noite foi encontrar novas possibilidades de fazer música.

Verdade, transparência. Apenas fazer a arte musical. Letra boa, experiência, vivência. Nada de cretinices ou melodias toscas. Elly conduzia seu violão em afinação aberta. Sim, pois ela se inicia com as notas Ré, Lá, Ré, Sol , lá, Ré, ou o famoso (DADGAD). Já, uma explicação para os mais leigos, nos estudos iniciais do instrumento é apenas ensinado a afinação tradicional inciada pela notas musicais, Mi, lá, ré sol si e mi (mais fininha).

Logo, Aguiar inovou, onde com toda a criatividade busca novas sonoridades para seu instrumento. Com harmonias seguras apresentou 6 músicas de seu repertório e estava bem acompanhado de quatro músicos.
Normalmente é um motivo de preocupação asssitir formações com Guitarra e Piano. Logo, um som maravilhoso, sem interrupções onde os músicos se ouviam, sabiam respeitar o som um do outro e os "voicings", ou seja, algumas passagens brilhantes da guitarra de Cacau Santos.

Ao final, em vez daquelas músicas quadradas e suas métricas totalmente convencionais, a celebração encerra-se com "Autum Leaves", versão em inglês composta por Jonhy Mercer e Jo Stanford e tornou-se um standard do jazz conhecido na voz de Nat King Cole.

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