Sexta-feira, para muitos o último dia de trabalho; outros apenas mais um dia. Enfim,... sexta-feira, como diz este trecho da letra da canção de Lupa Mabuze e Luciana Melo: "E toda a comunidade se encontra no fim de semana/pra curtir e tirar onda e cantar junto a nossa música..."
De vez em quando eu toco meu violão. Ontem toquei num boteco. Repito: B-O-T-E-C-O! É pastorzada, quiserem me excluir da igreja, podem sim! Fui tocar no botequim, aquele com ovo amarelo na câmara, cadeirinha de ferro da Brahma com a mão fechada e dedinho indicador, sim, sim!
Avenida Vila Ema esquina com rua Lessing. Paredes brancas, muita gente, moradores dos arredores.Antes da minha apresentação, uma boa conversa. Meu pai na mesa com algumas garrafas de cerveja - esse toma muita cerveja, a barriga denuncia,rs... - e um senhorzinho ao lado, contando a história de gratidão pela conquista de sua moradia e como meu pai tem ajudado advogando em defesa de sua causa bastante difcílima.
É engraçado, mas percebi algo: Meu pai também, como eu, tem a união do lúdico com os negócios. O boteco, na minha impressão, funciona como uma "filial" do escritório no andar de cima da minha casa. Lá é o lugar onde as pessoas o procuram para defender e as pessoas gostam e o elogia muito.
Não sou um sujeito beberrão, nem consigo. Apenas tomo um copo e nada mais, não passa disso e, conforme a situação, nem bebo. Ontem foi um dia que toquei as músicas e observava o movimento. Mas consegui ver aquele ambiente com outros olhos, vi histórias, verdades ditas, palavras simples e profundas e sem superficialidade.
Quero registrar o momento onde estava no limite do cansaço, onde estava trocando as notas e estava cansado, pude perceber como um senhor negro cantava com tanta profundidade uma música super linda de Vinicius de Morais, Corcovado. Quando toco essa música, sua letra me faz pensar muito e começo a entender um pouco da minha caminhada .Vejo o quanto estou maduro e pronto para filtrar mais os meus pensamentos dessa miséria das letras das músicas religiosas.
Saí, cansado, todas as minhas dúvidas com relação ao meu pai foram sanadas. Minha mãe trouxe até fez uma "corrente gospel" para fazer uma "reza" e cogitava-se sobre a possibilidade dele ter uma outra mulher. Logo, não precisei de "corrente", "novena", apenas um violão, um banquinho e alguns olhares para perceber e entender a história.
Só peço que não me entendam mal,se tiver algum "crente" leitor deste veículo, mas percebo como o meio evangélico deturpa o sentido do estar junto, da oração e da busca.Convido você, meu caro, a abrir as sagradas escrituras e ver melhor o sentido das palavras de Cristo sobre a prece.
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