Vergonha, timidez; ousadia, vontade de mostrar serviço. Essas são as características de Manézinho*, uma criança de rua.Ah, ele sempre estava pelos cantões da cidade, nas esquinas, nos cruzamentos de uma das principais avenidas paulistanas.
Ao abordar um adulto para fazer um pedido ou conversar algo sobre alguma dúvida,o garoto era sempre mal interpretado pelo receptor. As imagens da desconversa, a falta de resposta e distorção da palavra eram muito fortes e provocavam choros intermináveis no menino. Os mais velhos eram os mais estúpidos, detentores da verdade absoluta, os donos da palavra e da razão.
O que Manézinho vai fazer? Xingar um palavrão? Não, não pode! O mandamento moral diz: "Respeitai os mais velhos!" E tem aquela frase: "guarda o teu pé quando entrares na casa do Senhor!" Que droga é essa?? Guarda o teu pé? Tirar o sapato, entrar de joelhos no Tabernáculo divino?. Sim, mas e quando há ruídos na comunicação? Como fazer?
Ao abordar um adulto para fazer um pedido ou conversar algo sobre alguma dúvida,o garoto era sempre mal interpretado pelo receptor. As imagens da desconversa, a falta de resposta e distorção da palavra eram muito fortes e provocavam choros intermináveis no menino. Os mais velhos eram os mais estúpidos, detentores da verdade absoluta, os donos da palavra e da razão.
O que Manézinho vai fazer? Xingar um palavrão? Não, não pode! O mandamento moral diz: "Respeitai os mais velhos!" E tem aquela frase: "guarda o teu pé quando entrares na casa do Senhor!" Que droga é essa?? Guarda o teu pé? Tirar o sapato, entrar de joelhos no Tabernáculo divino?. Sim, mas e quando há ruídos na comunicação? Como fazer?
Pois é, falta de respeito é em qualquer lugar. Seja na rua, na igreja; velhinho, diácono - ou garçom de dia de ceia - pastor, é a mesma coisa. Nossa, quantos palavrões Manézinho já proferiu nesses anos de vida.
Essa criança frequentava uma igreja onde um "irmão" - costume dos frequentadores da igreja chamar todo mundo de irmão - falava que Jesus castiga e me mandava lavar a boca com sabão. Sim, ela fez todos os preceitos religiosos e as recomendações eclesiásticas foram atendidas. Mas não resolveu, só aumentou os traumas e quase esteve perto da depressão, graças a religiosidade tupiniquim miserável e fétida.
Manézinho ajudou o "irmão Jair" nas entregas das compras nos domicílios dos clientes do supermercado para defender uns trocados . O "irmão Jair" tinha duas versões: a versão Diácono, oração "poderosa", derrubava o teto. E a versão segunda à sábado, contava piadinha aos colegas de serviço e tinha seus casos extra-conjugais.
"Irmão Jair" era bom de desculpas para a esposa. Dizia que estava fazendo uma oração para a "irmã fulano". Mas Zezinho, investigativo, na dele, sabia toda a história do "poderoso irmão".
E o "guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus"? Onde entra? Parece que é vestir um terninho quadriculado e ter a Bíblia como "aparador de sovaco" que é possível entrar no "reino dos céus".
Vida adulta
A criança cresceu, buscou melhoras, ajuda, independência financeira. Superou, mas ela se tornou uma persona non grata em alguns lugares, por ter se posicionado, falado a verdade. Hoje o garoto queima muitas gramas de gás carbônico até um local diferente, onde há pessoas esperançosas em viver um Cristianismo digno, genuíno e sem a religiosidade barata oferecida pelos neo-pentecostais e sem toque de Shoufar após a oração.
Agora , o adulto não leva desaforo para casa. Tem resposta a altura para qualquer momento, mas com sutileza e sem grosseria.Se possível, xinga um palavrão e sem culpa! "Irai-vos, mas não pequeis..." Efésios 4:19.
* nome fictício
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