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22 fevereiro 2009

Manhã sem graça

Um domingo de carnaval, triste, sem duas árvores. Ah, cadê o canto dos bem-te-vis, do quero-quero, do curió? Cadê o despertador natural que sempre vinha aos domingos?

É...Agora é o ruivo dos cães, o som da crentolândia. Aquelas músicas sem pé sem cabeça, sem harmonia, sem poesia. Onde só se canta a prosperidade, o ser pequeno e hoje sou grande, a miserabilidade. Cadê os poetas?

Eles sumiram ou a mass cult não quer revelá-los? Da "éguinha pocotó" ao "Zaqueu era um homem pequeno" ou "persegui os inimigos e os alcancei", será que é isso que só ouviremos daqui em diante?

Insisto: Cadê os poetas? Aqueles que tocam no fundo da alma com suas letras maravilhosas?

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Na contramão do sistema, há gente que ouve e gosta de música e poesia de qualidade. Isso acontece em poucos lugares, como no grupo religioso que vou aos domingos.





"O que mais gosto da comunidade
que frequento é das músicas antigas que sempre tocam"


A minha infância escutava Sérgio Pimenta, Guilherme Kerr Neto, Janires, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Milton Nascimento, Fernando Brant, Gilberto Gil.

Agora, alguns outros bons compositores entraram na lista de preferências: Gerson Borges, Jorge Camargo, Djavan, Beto Guedes, Lô Borges, Flávio Venturini, Jon Anderson, Steve Wonder, Claúdio Manhães.

Como era?

Os cantos dos passaros aconteciam todos os dias. A Ursa Menor era um lugar onde as aves do céu habitavam e faziam morada. Tinha vizinhos que gostavam e lembro do "Negão", um curió que fugia para o jardim da minha casa e cantava todas as manhãs.

Tempo bom que não volta mais....

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